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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Gírias e Expressões Regionais

Hoje teremos as gírias maranhenses.

Aço - Meter o aço: levar de roldão. Fazer algo de forma impetuosa e violenta.
Adão - Nos tempos em que Adão era cadete: antigamente, nos tempos antigos
Alho - Ser um alho: ser vivo, esperto, ladino.
Passado na casca do alho: esperto, sagaz, matreiro
André - Ficar André: encabular, encalistrar
Arara - Comer arara: ser tolo, atrasado, ingênuo. Possível conotação com o índio brasileiro, comedor de pássaros.
Ariri - Ser ariri de festa: não perder uma festa, estar em todas. Alusão à grácil palmeira ariri, ornato obrigatório em festas de arraial e celebrada
por João Lisboa, ao descrever a festa de Nossa Senhora dos Remédios, em São Luís.
Arromba - Festa de arromba: festa supimpa, farra grossa.

Bacuri - É uma porta de bacuri: qualidade de ser bronco, rude, obtuso. Evidente conotação com a rijeza da tábua do bacuri, que outrora era empregada em

assoalho no Maranhão.
Barulho - Caçar barulho: procurar confusão, encrenca
Beirada - Correr beirada: andar de casa em casa ou pelos cantos de rua farejando novidades. O mesmo que correr coxia.
Besta - Besta que amarga: apresentar o que não é, posudo, presunçoso
Bico - Baixar o bico: beber, meter-se na cama
Boca- Fazer uma boquinha: fazer um repasto ligeiro, manducação leve
Boi - Assim meu boi não dança: desse jeito não vai. Alusão à dança do bumba-meu-boi.
Bugiar - Vá bugiar: vá adiante, não amole, vá importunar outro
Cacau - Ser o bicho cacau: ser o tal, o melhor de todos
Cachimbo - Bater o cachimbo: morrer
Cachorrinha - Chegar puxando a cachorrinha: chegar na miséria, na banha
Caderno - Botar no caderno de alguém: pôr na lista negra, marcar alguém
Camarote - Assistir de camarote: não tomar partido numa disputa, olhar do alto os acontecimentos
Campo d'Ourique - Revés Campo d'Ourique: certo, correto, perfeito
Carepa - Levada da carepa: o mesmo que levada da breca
Caxias - Deixar o barco rolar ou correr pra Caxias: não fazer caso das coisas. Alusão às lutas pela independência do Maranhão e depois a Balaiada que conturbaram a cidade de Caxias.
Coisa - Aqui há coisa: desconfiar de algo.
Coisa-feita: feitiço, mandraca, mandinga. Não dizer coisa com coisa: não ligar duas palavras, falar sem nexo. Nem como coisa: não se dar por achado, não assuntar
Copas - Na primeira de copas: na primeira oportunidade
Curica - Empinar a curica: melhorar de situação. Curica, no Maranhão, entre outras acepções, tem a de pequeno papagaio de papel comum com talas de pindova ou buriti enfiadas em cruz.
Desvio - Estar no desvio ou empregado no desvio: sem emprego Dia de São Nunca: o dia 1º de novembro, que é o dia de Todos os Santos; em dia nenhum Doce - Dar um doce:prometer paga ou prêmio pela realização de algo difícil.
Dar o doce: contrair matrimônio
Engenheiro - Engenheiro de obras prontas: malandro, preguiçoso
Engolir - Engolir em cheio: o mesmo que engolir sapo, suportar calado uma afronta
Escada - Não ser escada: não contribuir para a ascensão de outrem no plano da vida
Facho - Sossegar o facho: aquietar-se, acalmar-se
Fevereiro - Só querer ser 31 de fevereiro: aparentar o que na realidade não é
Fina - Fazer uma fina: pregar uma peça a alguém
Fogo - arder em dois fogos: querer fazer duas coisas ao mesmo tempo
Folhinha - Só quer ser o que a folhinha não marca: querer bancar o importante, ostentar prestígio
Fósforo - Ser fósforo sem cabeça: não valer nada, não ter prestígio
Galinha - Quando galinha ciscar pra frente: no dia de São Nunca, em tempo algum
Ganja - Não dar ganja: não ligar importância, não dar atenção
Garapa - Isto é uma garapa: coisa malfeita, sem mérito. Isto é uma garapa azeda: idem
Gereba - Quebra gereba!: locução interjeitiva enunciada quando alguém quebra uma coisa. Em São Luís era comum a parlenda: Quebra gereba / Quando acabar de quebrar com esse / Quero ver com quem tu quebra
Gilete - Ser como gilete: cortar dos dois lados, não se definir, ficar dos dois lados
Gosma - Isto é uma gosma: diz-se de coisa mal-feita
Hora - Cheio de nove-horas: cheio de nicas, exigências
Imaginação - Comer pastel de imaginação: passar fome
Jaca - Estar por dentro como bago de jaca: ser senhor do assunto
Jacaré - Não ser pai de cascudo nem avô de jacaré: não ser besta, não servir de besta para alguém
Janambura - Do tempo da janambura: do tempo antigo, do onça, do ronca
Lamiré - Cheio de lamiré: cheio de prosápia, cascata. Antenor Nascentes em Tesouro da fraseologia brasileira, 16, registra a expressão dar alamiré, significando: "Dar pequena indicação que desperte a atenção ou a memória".
Macaca - Dar o tiro na macaca: não casar, ficar solteira
Mão - Do pé pra mão: num instante, o mesmo que da noite para o dia
Maré - Estar de maré: estar irritado, com azeite. Espiar maré: assuntar. Ir tomar banho na maré: ir amolar outrem
Maria - Não ser maria-vai-com-as-outras: ter personalidade
Mijo - Beber o mijo: comemorar o nascimento de um filho oferecendo vinho fino aos amigos
Miolo - estar de miolo mole: gira, dementado, palerma
Mitra - ser uma mitra: ladino, esperto, finório. Comum também a expressão ser mitrado, com idêntico sentido.
Moda - Cheio de nove-modas: o mesmo que cheio de lamiré
Moita - Ficar na moita: calar-se, guardar sigilo, recato
Mosca - Ser uma mosca-morta: apático, sem vontade, molenga
Negra - Falar mais do que a negra do leite: ser tagarela. A expressão é uma nítida reminescência dos tempos do cativeiro, quando as negras serviam de ama e aleitavam as crianças brancas. E deviam de ser palradoras, exímias contadoras de histórias.
Neves - Até aí morreu o Neves: ficar na mesma, isto é, não contribuir com nada para esclarecer um assunto
Nhô Zé - Ficar com cara de nhô Zé: ficar com cara de tolo, papalvo
Olhos - Entrar pelos olhos da cara: evidência indiscutível, o que está muito claro. Custar os olhos da cara: obter uma coisa com muito esforço; custar caro
Pá - Ser da pá virada: ser assanhada, levada da breca
Papelão - Fazer um papelão: cair no ridículo, ter péssimo desempenho
Pataca - Encontrar a árvore da pataca: enriquecer rapidamente
Pau - Pau-de-virar-tripa: magricela. Feito de dois paus: feito besta, com ar de tolo
Peixe - Nem carne nem peixe: nem uma coisa nem outra
Pistola - Marca pistola: de qualidade inferior
Rame-rame - Não sair desse rame-rame: não progredir nas coisas da vida; prender-se à rotina, à mesmice. Luís da Câmara Cascudo registra em Locuções tradicionais do Brasil, 313, a variante rame-rame, ou ramerrão.
Rede - Estar de rede armada: estar a cômodo, bem instalado. Ser de rede rasgada: não respeitar ninguém, ser desaforado
Repique - Ser repique de alguém: atrapalhar a vida de outrem. Alusão ao repique no jogo de bilhar francês.
Ronca - Do tempo do ronca: do tempo antigo, do onça
Sé - Querer colocar a Sé em Santaninha: querer o impossível. A igreja de Santaninha, erigida ao lado do antigo largo do Quartel, foi demolida há muito tempo e era uma pequena ermida que deveria caber duas vezes na Sé.
Seiscentos - Longe como seiscentos: lugar longínquo
Souza - Nem como seu Souza: desligado das coisas, alheado do mundo, indiferente
Suficiente - Não ser mais suficiente: não ser mais virgem
Três: Duas por três: a todo momento
Trinta-e-um: Bater o trinta-e-um: morrer
Trombone- Ser trombone: fazer o papel de leva-e-traz, de onze-letras
Unha - Ser carne e unha: devotar amizade incondicional a outrem
Vento - Comer sopa de vento: passar fome
Violão - Comigo não, violão: comigo a coisa é diferente 
Fonte: Jorwiki

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